sábado, 8 de novembro de 2008

Educação e Investimento

Considerando a chegada do século XXI e fazendo uma pequena análise do que foram as grandes mudanças do século XIX com sua revolução industrial, onde em alguns paises, a energia e a indústria impulsionavam o mundo mostrando como o domínio da natureza traria melhores dias para todos. A Revolução Francesa, em contra partida, tinha como bandeira a educação a igualdade de direitos e a fraternidade o alicerce das nações modernas, como chave para igualdade e cidadania.Mudanças de paradigmas obrigam os países a fazerem sua revolução educacional. Desta feita a ênfase vai para as comunicações, o domínio das comunicações tem a importância que teve a qualificação para o trabalho na revolução industrial.Hoje observamos que a medida de riqueza de um país não são mais seus minérios, terras cultiváveis. A referência é o domínio tecnológico. O poder de comunicação do seu povo. Com o computador, o fax, a internet, numa unificação cibernética fazendo com que todos acompanhem, sem exceção, as últimas conquistas tecnológicas e científicas.O exemplo mais contundente fica com o Japão. Pobre em minerais e terras cultiváveis, mas, com sua revolução pedagógica ( Merji - 1860 ), transformou-se num dos países mais rico do mundo. A seu favor, acredito, teve e tem como crédito uma distribuição mais igualitária quando se fala em determinantes sociais de saúde. Não é à-toa que atualmente o Japão, é o país que apresenta um dos maiores índices de longevidade e um dos que apresentam o menor número de mortes ao nascer.O Brasil vai seguindo o seu curso, adentrando no século XXI. Importa tecnologia para não ser atropelado. Hoje convivemos com o dinheiro de plástico e o celular. Essa pequena parcela contemplada não se encontra completamente apta para receber esses serviços. Haja vista as filas nos bancos e caixas eletrônicos.O futuro chegou e nós não percebemos. Ainda esperamos, admirados. Observamos que não fomos preparados!Nunca ser humano algum morreu porque não foi educado! Nem tão pouco saqueou ou matou pelos mesmos motivos. Apesar de a educação ser uma agenda de muitos, a mídia não dá a sua devida importância. As discussões ficam a nível dos intelectuais, numa apologia “inglória” e restrita. O presente é digital! Num mundo cada vez mais virtual, sem que sejam resolvidos os problemas básicos do homem: a fome, a moradia a saúde.Conseguiu-se colocar apenas em dois dígitos o zero e o um (o bit), o nosso presente: o livro, o som... Todos dentro de um disco rígido girando loucamente. E o homem brasileiro vai seguindo perplexo! Curioso viu seu semelhante na lua, vê a clonagem, espera a cura do câncer. Mas muitos ainda incrédulos! Sem acesso ao conhecimento sendo automaticamente atropelado pela história.O domínio do conhecimento provoca mudanças no comportamento do homem em relação à ecologia. O homem de hoje, tem de conviver com os animais, plantas e mares. Em alguns casos em detrimento de sua própria sobrevivência. Estarrecido, ele observa. A ele é dado apenas o direito de seguir por outros caminhos. A ele não é revelado, mas, não é permitido que viva democraticamente respeitando a biosfera para não ter que sofrer ou optar definitivamente pelo sintético.O Brasil gasta muito do seu PIB em educação básica e em comparação a outros países desenvolvidos não é uma iniciativa tímida. O que falta é uma melhor distribuição de recursos, priorizando áreas ainda não contempladas com o “futuro”. Como exemplo, podemos litar os meninos e meninas de rua, que são assistidos em programas especiais como bolsa escola, educação alternativa e educação inclusiva.Poderíamos criar ou adaptadas escolas para atender essa clientela, considerando seu grau de comprometimento com drogas ou vicio de qualquer espécie?A escola traria para o aluno, o novo, no que se refere à tecnologia e às relações interpessoais. Despertaria neles o interesse e a auto-estima. Sua segurança em relação ao mundo faria com que essas crianças passassem a viver harmoniosamente com os outros.As escolas seriam redistribuídas e equipadas. Modernizadas não apenas com o computador, mas, na sua metodologia. Traria uma nova leitura de mundo contemporâneo. Seria oferecido esporte nas modalidades mais requisitadas. Até mesmos jogos eletrónicos, direcionados, numa forma de “seduzir” essa clientela. A ela seria ofertado o estudo com o prazer.A música seria contemplada sem preconceitos. Desde o rap até os clássicos, dependendo do interesse do aluno. A sua escola lhe ofereceria conhecimento, lazer e esporte.Os professores seriam ouvidos nas suas dúvidas e queixas. As suas mais tímidas sugestões seriam aceitas. Aos professores seriam dados às condições dignas de trabalho e o PNE (Plano Nacional de Educação) seria discutido/elaborado, na ponta, elaborado em conjunto com de professores, alunos, pais e economistas.O Brasil continua importando tecnologia. As máquinas substituindo o homem, ganhando cada vez mais o espaço, não apenas porque é mais e eficaz, ou porque reduz o número de trabalhadores. Mas porque essas pessoas a quem é negado o acesso ao conhecimento, jamais preencherão as vagas existentes. E assim, além das máquinas o brasileiro competira com a mão de obra importada dos países desenvolvidos.A universidade se encontra estagnada. Em contra partida o país perde na formação da sua comunidade científica. Falta verba para pesquisa e equipamento. Parte dos nossos cientistas vão embora. Engrossam as equipes cientificas dos países desenvolvidos contribuindo, lá fora, com as novas descobertas.Os que aqui ficam acreditando na “causa”, estão cada dia mais solitários, nostálgicos, preocupados com o destino dos nossos jovens e a resolução dos problemas da nossa sociedade.“ A medida que o homem vai penetrando no mundo da ciências, tem ele a obrigação de repassar os seus conhecimentos para que a humanidade possa usufruir dos benefícios democraticamente”.Recife, 25 de maio de 1998Marise Helena de Araújo

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